Autor: Marissa Meyer
Editor: Puffin Books
Edição: Fevereiro de 2013
Colecção/Série: The Lunar Chronicles
Páginas: 452
Formato: Paperback
Sinopse: Cinder elabora um plano para fugir da prisão e, se for bem-sucedida, irá tornar-se a fugitiva mais procurada da Comunidade. Do outro lado do mundo, a avó de Scarlet Benoit desapareceu. Scarlet entra em pânico e, na sua busca, acaba por descobrir que existem muitas coisas sobre a avó que desconhece, assim como ignorava o grave perigo que correu toda a vida. Quando Scarlet encontra Wolf, um lutador de rua que poderá ter informações sobre o paradeiro da avó, sente-se relutante em confiar nele, mas ao mesmo tempo sente-se inexplicavelmente atraída. Scarlet e Wolf tentam desvendar o mistério do desaparecimento da avó, mas deparam-se com outro quando encontram Cinder. Além de todos os problemas em que estão mergulhados, ainda terão de antecipar os passos da maléfica rainha Levana, que fará qualquer coisa para que o belo príncipe Kai se torne seu marido, seu rei, seu prisioneiro.
Sobre a autora: Marissa Meyer vive em Tacoma, Washington, na companhia do marido e de dois gatos. É fã de coisas bizarras, como Sailor Moon ou Firefly, e organiza a biblioteca por cores. Desde criança que é apaixonada por contos de fadas, um mundo que não tenciona abandonar. Pode ser que seja cyborg, ou talvez não. Cinder, o primeiro livro da série The Lunar Chronicles (Crónicas Lunares), foi também o seu primeiro romance. Em Portugal as obras da autora encontram-se a ser publicada pela Editoral Planeta e o terceiro volume da série, Cress, tem data de publicação prevista para Novembro.
Opinião: Sendo Scarlet o segundo livro numa série, torna-se difícil tecer comentários sem que sejam dados spoilers para quem ainda não leu o volume anterior. No entanto, vou ao máximo tentar fazê-lo, deixando-vos apenas
aqui uma pequena sinopse sobre
Cinder, de modo a que se possam situar de algum modo.
Quanto a este livro em específico, a acção começa a desenrolar-se exactamente a partir do ponto em que foi pausada no título anterior, ainda que inicie com a introdução de ponto de vista da nova protagonista, Scarlet Bennoit, e não com o ponto de vista da já familiar Linh Cinder. Ainda assim, tal é entretanto rectificado, uma vez que ambas acabam por dividir a maior parte do foco de narração durante o restante livro.
É a partir dos diferentes pontos de vista de ambas, aliás, que ficamos a conhecer as duas grandes novas adições ao elenco: Ze'ev Kesley, mais conhecido por Wolf, e Carswell Thorne, que gostaria que mais gente o conhecesse por Captain.
Ambos estes personagens trazem consigo duas dinâmicas bastante distintas ao enredo, uma vez que Wolf vai ocupar o papel de interesse amoroso para Scarlet, enquanto que Thorne ocupa o lugar de sidekick para Cinder, servindo ainda como balanço cómico para as cenas mais intensas da narrativa.
No entanto, se as personagens já conhecidas do leitor, como é o caso do Kai ou até mesmo da própria Cinder, continuaram a cimentar uma simpatia e empatia comigo, o mesmo não posso infelizmente dizer que tenha sido totalmente bem conseguido em relação aos novas elementos: Scarlet não ressonou comigo da maneira que inicialmente pensei que fosse ressonar, uma vez que o seu afamado estatuto de badass não me encheu as medidas; Wolf, que sei por experiência própria ser um personagem extremamente rico e complexo, uma vez que li The Queen's Army (novella que precede este livro e nos é narrada do ponto de vista de Wolf), não me pareceu suficientemente bem explorado neste livro, fazendo com que o meu entusiasmo quanto ao personagem esmorecesse um pouco; já em relação a Thorne, por muito boa que tenha sido a minha primeira reacção a ele tenha sido, ainda muito pouco foi explorado enquanto personagem individual e, como tal, não deixa de ser para já pouco mais do que uma nota superficial.
Não querem estas críticas dizer que não gostei do livro, ainda assim. Mesmo não me tendo as novas personagens arrebatado por completo, há sempre a questão do enredo em que estão integradas a ter também em conta. E se não se pode dizer que a acção tenha avançado muito no que toca ao arco geral da série em si (à excepção de um pequeno segredo sem grande consequência e duas decisões tomadas mesmo na recta final do livro que poderão, essas sim, trazer grandes consequências futuramente, pouco mais de relevo se pode afirmar ter acontecido), há que que dar os parabéns à autora por conseguir manter uma narrativa sólida tendo por base a mesmo premissa já explorada no livro anterior. Penso que, neste momento, a maior e melhor cartada que Marissa Meyer pode continuar a jogar se prende com o universo cativante e diversificado que criou, o que lhe dá o apoio de uma larga esfera de acção para explorar e é algo que penso que a autora continua a usar para sua vantagem, tendo deste modo mantido o meu interesse no desenrolar da história.
Assim sendo, apesar das pequenas falhas que lhe encontro, Scarlet tem uma estrutura coesa, uma leitura simples mas cativante, e foi uma sequela que, na minha opinião, mesmo não tendo superado o seu predecessor conseguiu manter relativamente o mesmo nível e criar uma boa ponte para o volume que se segue.
Avaliação: 4 estrelas